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cravo versus piano

Estava eu no final duma aula de caligrafia, quando o professor me perguntou: “Você tem tocado piano?” E eu: “Sim, sim... sempre”. Em seguida, perguntou sobre o que normalmete toco, e eu disse que gostava especialmente das músicas compostas até 1750. Era preciso ser breve, pois não adiantaria ter de falar muito, sobre algo complicado, para alguém que não se interessa realmente.

Então o… o absurdo: “é... os pianistas gostam de tocar coisas estranhas, que agradam a pouca gente. Deviam tocar coisas mais populares, pois seriam mais requisitados”. Todo o restou foi desenvolvimento e exemplificação, e tentativa de suavizar o que já havia sido dito. Em vão, decerto. Respondi eu, depois desses meandros: “Meu objetivo não é agradar a ninguém, por mais que isto soe mal dizer”. A frase realmente soa mal, mas, pesando a maldade das duas frases, a minha ainda é menos pior.

Continuou ele sobre esse assunto estéril, até que se cansou e fui embora. A paz não foi abalada, pois não há paz, nem nada equivalente que pudesse ser desestabilizado. Mas algumas conclusões, como sempre: não espere, de um especialista em qualquer coisa, nem o mínimo de informação sobre temas vizinhos aos que ele domina.


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